Feijoada de São Jorge na Palace: Dia 23 de abril vai ter

Feijoada de São Jorge na Palace

A feijoada é um prato nacional. Mas, é inegável que tem uma identificação maior com o Rio de Janeiro do que com outros lugares. Por muitas razões.

Ela tem conexões fortes com coisas que são muito cariocas. Com o samba, e os batuques, com os botequins e os bambas. É um prato caseiro, para dias festivos. É um prato do dia, em restaurantes tradicionais e nas biroscas dos confins.

Feijoada de São Jorge na Palace

Feijão gordo: esse tem o ano todo

São Jorge tem altar nos bares do Rio, junto com a sua espada, plantada no vaso, uma dose de cachaça, flores e outros adereços que são puro sincretismo.

Foi cantada em verso e prosa, aparece no cinema que retrata a cidade, e nos retratos dos fotógrafos que percorrem as ruas.

É comida do Zé Carioca da Disney, e dos cariocas da vida real.

O padroeiro do Rio é São Sebastião. Mas, São Jorge foi adotado pela população a ponto de seu dia virar feriado. A partir do momento em que isso aconteceu (em 2001) nasceu uma nova tradição, que se consolidou de alguns anos para cá. É a Feijoada de São Jorge, quando vários bares e restaurantes servem o prato, quase sempre regado a bom samba, reforçando essa ligação entre o santo guerreiro, a turma do pagode e a cozinha.

Há missas lotadas nas igrejas, e também celebrações nos templos de matriz africana, em nome de Ogun, orixá guerreiro, como São Jorge é representado no candomblé.

Feijoada de São Jorge na Palace: Dia 23 de abril vai ter

Feijoada de São Jorge na Palace

O Santo Guerreiro protege o nosso bar: tradição carioca

Sendo assim, nós também prestamos nossa homenagem a São Jorge, que tem lugar cativo em nosso bar, um presente carinhoso do querido amigo Chicô Gouvêa. E no dia 23 de abril nós servimos a nossa feijoada de São Jorge.

É preparada no capricho, com todas as suas guarnições tradicionais.

Isso só acontece em duas ocasiões no ano: no carnaval e no Dia de São Jorge. Só servimos feijoada nessas duas datas.

Porém, ao longo de todo ano, sempre teremos um bom feijão gordo para você chamar de seu. Tem até quem sirva na cumbuca, como um bom feijão amigo, esse clássico dos botequins cariocas.

FEIJOADA À MINHA MODA – Por Vinícius de Morais

Feijoada de São Jorge na Palace

Nosso icônico painel “Santa Ceia da Bossa Nova – Foto de Fábio Rossi

Aproveitamos a ocasião para publicar o poema “Feijoada à Minha Moda”, de Vinícius de Moraes, o nosso anfitrião no quadro “A Última Ceia da Bossa Nova”, de Carlinhos Müller, inspirada na obra-prima de Leonardo Da Vinci. lembrando que: Feijoada de São Jorge na Palace, Dia 23 de abril vai ter. (Deixamos o texto original, com tremas e tudo).

Saravá!

 

FEIJOADA À MINHA MODA – Por Vinícius de Moraes

Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia eu prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora – perdoe – tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho.

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter tacado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho – e o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contato mais… vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não nos seja a contento
Vigiaremos o cozimento
Tomando o nosso uísque on the rocks.

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão

E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar postas

De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)

E – atenção! – segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto.

Feito o quê, retire-se caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta, em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão.

Inútil dizer que, entrementes
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todas contentes
Lindas rodelas de lingüiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Desmilingüindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? – tem seus dias…
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) – e chega.

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco da gordura
Da lingüiça na iguaria – e mexa-se.

Que prazer mais um corpo pede
Após comido um tal feijão?
– Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão…

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta… – jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin
O seu Vinicius de Moraes.

Feijoada de São Jorge na Palace

Clássico é clássico: picanha no espeto – Foto de Fábio Rossi

CONHEÇA A NOSSA HISTÓRIA

A Churrascaria Palace foi fundada em 1951, na esquina da Avenida Princesa Isabel com Ria Ministro Viveiros de Castro, em Copacabana. Aquele pedaço da cidade era o mais movimentado, reunindo brasileiros e turistas, gente de todo o mundo, mas sobretudo da área das áreas e da cultura, do mundo político e empresarial.

Depois de um incêndio, nos mudamos para o endereço atual: Rua Rodolfo Dantas 16. Àquela altura a efervescência do bairro era ainda maior, o auge da Bossa Nova, e esse universo transitava ao redor do Beco das Garrafas, nossos vizinhos de fundos, com quem dividimos paredes. Assim se estreitou a nossa relação com a música brasileira, que sempre existiu, e nos primeiros anos, e por muito tempo, uma orquestra tocava na casa, todas as noites.

Nas primeiras décadas funcionamos como restaurante à la carte. Em meados dos anos 1980 aderimos ao rodízio. É um sistema que exige adaptação constante, é preciso estar sempre em busca dos melhores ingredientes e as novidades do mercado gastronômico. O que servimos está em constante aperfeiçoamento.

Fomos os primeiros a colocar um sushi bar no bufê. E também fomos os primeiros a abolir as bolachas sobre a mesa, com lados verde e vermelho, indicando se queriam que o serviço continuasse ou não.

Estamos muito felizes com alguns reconhecimentos recentes, que vieram depois da pandemia, e a partir de 2021, ano em que completamos sete décadas. Prêmios como o da Veja Rio como melhor carne, neste mesmo ano; o diploma e a placa da Prefeitura como Patrimônio Cultural Carioca; e as tantas menções muito honrosas que recebemos com frequência de publicações estrangeiras, como o guia The Taste Atlas.

Convidamos vocês a nos visitarem.

LEIA MAIS:
– Modo de Usar: Conheça a Experiência Palace

ESCUTE A NOSSA TRILHA SONORA
Uma seleção criada para celebrar os 70 anos da Churrascaria Palace: são 70 canções, de 70 artistas.

https://open.spotify.com/playlist/18KYt8ZsRTpISujrj11iLu?si=6cgONa2mQk6jS7xmLOJotw&pi=u-gHHKOtnsTbWt

SERVIÇO
Churrascaria Palace: Rua Rodolfo Dantas 16, Copacabana, Rio de Janeiro. Tel. +55 (21) 2541-5898. https://churrascariapalace.com.br Instagram: @churrascariapalace
Metrô: Estação Cardeal Arcoverde.
Nosso blog: churrascariapalace.com.br/artigos/

 

 

 

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